outubro 24, 2011



Deixo tudo assim.
Não me importo em ver a idade em mim,
Ouço o que convém.
Eu gosto é do gasto.
Sei do incômodo e ela tem razão
Quando vem dizer que eu preciso sim
De todo o cuidado.
E se eu fosse o primeiro
A voltar pra mudar o que eu fiz.
Quem então agora eu seria?
Ah tanto faz! E o que não foi não é,
Eu sei que ainda vou voltar… Mas, eu quem será?

Deixo tudo assim, não me acanho em ver
vaidade em mim.
Eu digo o que condiz.
Eu gosto é do estrago.
Sei do escândalo e eles têm razão.
Quando vem dizer que eu não sei medir,
nem tempo e nem medo.
E se eu for o primeiro
a prever e poder desistir do que for dar errado?
Ah, ora, se não sou eu quem mais vai decidir
o que é bom pra mim?
Dispenso a previsão.

Ah, se o que eu sou é também
o que eu escolhi ser, aceito a condição.
Vou levando assim.
Que o acaso é amigo do meu coração
Quando falo comigo, quando eu sei ouvir…

-Amarante