junho 17, 2011

"Está tudo morto e enterrado agora" foi o que saiu há pouco do autofalante minúsculo, enterrado num ouvido só, porque pensei ter ouvido mais um cérebro estalar lá fora. Me enganei.
Aqui está tudo na superfície; tudo à tona. Tudo morto e às claras.
O que fizeram com os espelhos desse lugar?
Só ouço som de motor; som de matar.

junho 03, 2011

Me perguntei por que digo algumas coisas.
Não tive resposta.

Falo sozinho com tanta frequência que quase sempre estou sem palavras e não consigo, ainda, te dizer porque falo para encher a memória sem dizer nada.
Interessante de conversar com você é que a outra parte dificilmente discorda, dificilmente escuta.
Hoje foi inútil. Nem sempre é assim.

Escrevo para esvaziar os pulmões e para não ficar aqui o tempo todo.
Escrevo a lápis. Não é por nada senão por ter aparecido primeiro, senão pela cor, talvez.
É melhor desse jeito. Não dura.
Mas já falei à tinta.
Já falei demais.
Escrevo cada hora menos, cada vez mais pobre.
Não apenas com menos constância, mas com menos palavras. Não tarda até rabiscar meio caractere desconhecido; espaço.
Ponto nu.