julho 31, 2010

[#criptografados]

Revelados.
Interceptados de um satélite artificial.
De uma lua neon.
Criptografados.
E sobretudo,
silenciados.


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Julho contém registros escritos muitos anos antes deste espaço ser pensado.


Reivindicaram seu lugar e aqui estão.

julho 16, 2010

E esta é a minha verdade.
É hora de esquece-la e começar a procurar a tua.

julho 15, 2010

É a corrida dos ratos, meu jovem. Puxaram um dos fios e agora toda a malha se desfaz por detrás dos meus olhos. Tudo se dissolve. E nada está aqui ou aí.
Rosas de plástico, do mais puro plástico, sob os meus pés e também toda a perfeição.
Tem insetos entre os meus ouvidos - malditas chamas em corpos de asas.
Agitados.
Ascendendo.
Eles nunca vão parar.
Jogue suas moedas, os sapos de ouro têm nove cabeças, gordas cabeças.
É a corrida dos ratos. O homem na cama tem um troféu.
Eles nunca vão parar.

julho 14, 2010

Estado de Emergência (p.2)

Mas as sirenes estão soando na minha cabeça.
E na sua também, só que eu estou ouvido.
Sempre ouço mais do que deveria, mais do que queria e nem me importo.
E você também não. E nem tem porquê.
Qual a diferença?
QUAL A DIFERENÇA?!
Não tem importância mesmo. No meio, tudo é a mesma coisa.
As luzes vermelhas estão berrando aqui dentro; e em todo lugar.
Mas fui eu quem foi ao Sedna;
eu, quem viu os espelhos do infinito; e não são muitos;
e não são para mim nem para ninguém.
Nada liga ou desliga. Ninguém vem ou volta pro buraco cada vez maior e mais escuro, menor e mais frio.
E você continua sem pensar nada a respeito.
Afinal, que diferença faz?

julho 13, 2010


o mundo não gira tão devagar quanto se pensa.
O mundo não gira, cai com toda força.
Para baixo e para cima até se chocar com sua própria superfície ou um asteróide vermelho qualquer.
E aí você ja viu aquele filme.
Olha a minha cara! Não vê que sou vítima da radiação?
O lagarto gigante está queimando tudo. Tudo outra vez, tudo outra vez até parar. E não vai parar, tem sempre outra fase, tem sempre um porém e aí você acha que tudo tem por quê. E, então, nada acontece.
E não vai acontecer.

julho 12, 2010

Abra a pota!
Abra a porta, come-pedra!
Qual o seu nome moço do diamante na boca?
Ácido, ácido vermelho.
Sabe ouvir? Realmente sabe?
O trem disforme veio em três, em três de novo e outra vez não se vai, nunca se vai.
O que você ouviu? Ou viu?
O que sabe agora?
Eu não disse nada. Sabe o que eu vi?
Eu vi o cordeiro de aço e ele não disse nada.
Nada.

julho 11, 2010

Malditos!
Malditos todos vocês que me puxaram para dentro.
Malditos, é o que são!
Que me trouxeram ao meio e me deram de beber da tua fonte pútrida;
Que fecharam as portas e me incendiaram; e me viram arder;
e agora esperam por um sorriso grato, queixando-se da minha condição.
Cretinos!
Vocês todos - um covil.
Deleitem-se de suas doenças enquanto queimo tudo o que têm antes de ir.
Agarrem-se aos seus escombros enquanto me vou com as minhas cinzas.

julho 10, 2010

Eu sou o outro, a pedra, o sal, a mariposa no seu sonho, o furacão, seu casulo.
Eu sou Samsara e A Roda não é de ninguém; ninguém sabe como funciona.
Não se iluda, você não é livre, apenas não está preso e nada do que fizer ou souber mudará isso.
E eu sou o deus de você, que me criou para lhe dizer o que deve ser feito; o seu amigo secreto, imaginário. Não estarei lá quando precisar. nem se quisesse poderia fazer algo para mudar sua vida.
As Esferas se encontram muito antes de se abrirem os seus olhos ou os meus.
Sou perspectiva. Posso até te oferecer abrigo quando o Sol vier, mas não vou fazer com que se ponha para você sair. Eu vi quando ele chegou da primeira vez e ainda estarei aqui quando se for.

julho 09, 2010

E é tudo circular. Trate de ter cuidado.
Tudo é natural.
Por mais que você se esforce para ser de plástico.
Faz parte de você, comer as pontas dos lápis e achar que já sabe demais.
Um relógio quebrado é tudo o que vejo.

julho 08, 2010

Volte para casa. Volte para casa, covil, toca, refúgio, buraco da fera.
Abra-te Sésamo! Fecha-me Sésamo!
Esconde-me. Engole-me.
Como um cego, não me diga onde me leva.
Como quer que seja, leva-me para apagar a imagem.
Ela cintila, ofusca. É a imagem de Deus, você conhece?
Não, certamente não.
Pior ainda, o mortal não morre, sobrevive.
O corpo contaminado, a alma vagando no vácuo essencial ou em qualquer outra dimensão imaginada por mentes ociosas.
Francamente!
É tempo de saber onde está e o que está fazendo porque, até o momento, você não entende disso grande coisa.
É preciso dizer, apontar, pois elas são fatais para os seus semelhantes.
É o que se diz e o que se diz. E depois, quando se compreende o que realmente é, diz que não tinha reparado.
Mude a objetiva, ponha um foco mais longo, veja bem onde assenta os pés
É o vazio la em baixo.
A imagem ainda não atingiu o tom desejado.

julho 07, 2010

Sou, também, o demônio preso na garrafa e vou esperar que não seja tão cauteloso quando for a sua vez de pedir. Seu desejo é uma ordem.
Evolução.
Câncer em metástase na mente inviolada e embalada à vácuo, se espalhando, abrindo caminho pra mostrar que não há nada além da limitação miserável de si mesmo.

julho 06, 2010

Estado de emergência!
Estado de emergência!
Reforma na psiquè.
Eles estão quebrando tudo, o pessoal do porão - revoltada, essa gente.
Fizeram a mudança e agora tudo está voando janela afora.
Quebrando a porcelana, partiram todos os espelhos.
Estado de emergência!
Agora tem olhos enormes em toda parte.
E esse barulho que não para nunca!
O que será depois?
Não tem importância, é só não se aproximar demais.
Me deixe do lado de fora, eu sempre estarei aí dentro, de todo jeito.
Jogando a louça  no chão.
Estamos quebrando tudo.
A sirene berrando, berrando aqui dentro
mas ninguém está ouvindo, não é mesmo?

julho 05, 2010

Você quis comer meus olhos, quis vendar minha alma. Eu avisei pra não tentar isso, implorei pra não tentar isso, mostrei que não era possível.
E agora, quando passar azia, vou-te ver como nada. E você vai ser nada mesmo.
Minha maior tranquilidade é a convicção de que você não vai voltar. Porque ainda dói a força da tua intenção desastrosa.

julho 04, 2010

Tudo está em seu devido lugar. Tudo em seu lugar.
As cabeças entre os dedos, entre os olhos, o futuro que passa, aquilo azul na minha língua, o silêncio na garganta. Tudo em seu lugar.
vão embora.
Embora ainda não saiba, está tudo aí. Tudo o que é seu.
Vá para casa, homem de asas podadas.
Vá para casa.

julho 03, 2010

Dentro dos olhos há um túnel. Cheio de janelas e poços de luz.
Nove luzes refletidas: sete buscam entrar, outras, sair.
Fugindo, fugindo para a alma e para mais.
As correntes do hálito dos leões. Corredeiras, corredeiras.
Dentro dos poços há um olho e ninguém vai sair hoje.
Não leve tão a sério. Não vai sair.
NÃO!
E eu, o que você acha?
Será?
Não prestou atenção, não foi?

julho 02, 2010

Eu que sou serpente e não tenho as mãos, trago com os olhos os pássaros à mesa.
Não olhe em volta, sou uma serpente. Fuja dos meus pés.
Deixe seus demônios em paz.
Perturbe.
A todos eles, um a um.
É o fogo da ebulição.
E esses farrapos na frente dos seus olhos? Tire-os daí!
Como lava, todos os dias sobe às nuvens azuis.
Larva de formiga, sou serpente corpulenta.
Insaciável fome de nuvens e mostrar a luz.
À luz do escuro sol, sua sabedoria dói, mas não mata, assim, de fato.
E verá que basta decidir.
Ou esquecer e rolar.